Nunca os super-heróis
estiveram tanto em alta. É Homem de Ferro, Superman, Homem Aranha, Hulk, Capitão
América, regravação do Homem Aranha..., parece que todos eles voltaram com
força total. Será que os super-heróis geraram um tipo de complexo de gênero?
Algo como um “complexo de super-herói”?? Super-heróis geralmente são homens e
mulheres esbeltos, super sexy, fortes... Intrínsecos a todos esses adjetivos,
atrelamos inconscientemente que são bem sucedidos, têm vida sexual perfeitas,
sempre bem dispostos e de bom humor. Certo? Errado! Pra falar a verdade nem sei
se existem homens ou mulheres assim. Isso seria o ideal para muitos, a
perfeição. Mas o real é bem diferente disso.
Na maioria das vezes,
achamos que precisamos de super-heróis em nossas vidas ou nos tornamos super-heróis.
Não conseguimos encontrar ou enxergar apenas os seres humanos que somos ou que
estão ao nosso lado. Cobramo-nos como máquinas, muitas vezes, assumimos todo o
serviço ou todos os problemas e vivemos cansadas sem entender o porquê. Não nos
reservamos o direito de descansar e nem damos esse direito ao outro. O mal estar da civilização é estar sem tempo,
sem tempo para amigos, pra bater um papinho furado, pra fazer nada com o
companheiro(a). Discutir a relação é perder tempo, dar colo pra um filho
adolescente ou apenas ouvir o que ele tem a dizer é perder tempo, a amizade e o
convívio social é perder dinheiro. Estamos tão preocupados em salvar o mundo
que não salvamos a nós mesmo. Abraçamos tudo de uma forma como se só nós pudéssemos
fazer e não demos a oportunidade pra mais ninguém... Desaprendemos a dividir,
só queremos multiplicar sem somar nada a vida de alguém e no final das contas,
o saldo dá negativo.
E aí, tropeçamos na
realidade e adoecemos, percebemos que não somos heróis e nem heroínas, que não
existem homens de ferro, mas existem simplesmente homens ou mulheres. Homens e
mulheres que acertam, erram, caem, levantam, sujam-se e tiram a poeira, que
nadam contra a maré da rotina todos os dias, que sentem vontade de desistir
quando não concebem uma solução, mas que têm vontade de dominar o mundo quando
renovam sua fé.
E quando nos percebemos
humanos, damos valor aos detalhes, a estar com pessoas especiais, a fazer coisas
especiais, a parar pra ver um nascer do sol ou admirar um pássaro cantando, a simplesmente
agradecer pela vida. Pena que só conseguimos perceber tais aspectos quando
somos quase mortos pela “kryptonita do tempo” e só conseguimos reagir quando
estamos prestes a um último suspiro de vida. Não esperemos o último minuto pra
mudar a vida, mudemos o primeiro minuto pra viver.
Eh tao bom quando percebemos que somos apenas seres humanos, que falhamos, que nao somos perfeitos! Nos cobramos menos e vivemos mais felizes. :-)
ResponderExcluirMuito bom, Aida!
ResponderExcluirBoa essa, gostei, tá na hora de ser herói de verdade neh, fazendo coisas que realmente são relevantes para ser feliz, parabéns Aida, lindo texto.
ResponderExcluirO problema, a meu ver,é que o povo está doente...doente de tristeza, de indignação...de falta de esperança!
ResponderExcluirCada Batman (pra mim o único herói de fato), cada capitão américa que surge é a gana do povo por tentar ser mais povo, mais gente, mais feliz. Isso é visto na beleza da criança em tomar para si o arquétipo do herói! E que os homens, ou esquecem, ou se transmutam em pessoas sem fé...que às vezes parece ser o que resta. (E sei que não é).
Robert Bly em seu clássico livro JOÃO DE FERRO, menciona uma passagem de Antônio Machado: "Todo homem tem duas batalhas que trava: luta com deus em seus sonhos, e luta com o mar ao despertar."
Acordados ou dormindo, somos homens e mulheres lutando para viver...acolhidos pelo arquétipo do herói a batalha se torna menos sangrenta e mais sábia.