quarta-feira, 9 de abril de 2014

Virar a página

Quem gosta de ler, sabe o quanto é gostoso virar uma página ansioso pelo final. Chega a ser quase como uma degustação, um misto de ansiedade para saber como aquela história vai acabar. Escrever um livro deve ser mais excitante ainda, a cada página, o autor anseia por explanar os detalhes que vão levar ao final daquela história. Por que é tão difícil virar a página na maioria das vezes? Tenho a impressão de que a maioria de nós, confundimos virar a página com recomeçar. Recomeçar pode ser completamente diferente, mas também pode ser complemento do ato de virar a página. Complexo? Talvez.

Cada indivíduo tem sua história, cada um tem sua primeira página, que faz com que ele seja o que é hoje. Um dia, ao em vez de ser um personagem secundário passa a ser o autor, o autor de sua história e sendo assim, o personagem que quiser. Delícia!!! Podemos ser o que quisermos, mas não conseguimos simplesmente ser, porque quando somos mesmo não sendo quem realmente somos, nos apegamos a um eu que não nos pertence e que receamos em desapegar porque é o que conhecemos e não o que de fato somos. Então vem o medo. Medo de virar a página, pegar a caneta da vida e escrever a sua história, ou reescrever a sua vida e ser de fato quem você é. Ora, pra escrever sobre um personagem deve-se saber o que esse personagem gosta, curte, odeia, ama, deve-se saber quem ele e é. Temos vergonha de nós mesmos quando percebemos que não sabemos escrever de nós e sobre nós, quando percebemos que nos  acomodamos aos personagens secundários e tememos o futuro, o papel principal da vida.  Muita responsabilidade?? Mas talvez a responsabilidade seja o preço da liberdade. Liberdade pra conduzir, pra improvisar e até mesmo pra arrancar a folha do livro e reescrever a história. Reescrever....


Virar a página, ir. Virar a página não significa apagar as páginas vividas, afinal de contas, as páginas que ficaram para trás fazem parte da sua história, significa seguir em frente, levantar a cabeça e ir. Assumir o personagem principal, ficar no centro do palco e encarar o público de frente. Difícil? Sim. Impossível? Não. Certa vez li uma frase que dizia “o difícil é o fácil que nunca foi tentado”. Talvez, assumir a caneta do livro da vida seja mais fácil do que ser fantoche da sociedade em que vivemos, seja ela no meio familiar, no trabalho ou na vida afetiva. Tente, mas tente olhando pra frente, escreva o que há de melhor no seu livro, arrisque, inove, mas viva! Vire cada página da sua vida com a certeza de um final feliz!

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