Quem gosta de ler, sabe
o quanto é gostoso virar uma página ansioso pelo final. Chega a ser quase como uma
degustação, um misto de ansiedade para saber como aquela história vai acabar.
Escrever um livro deve ser mais excitante ainda, a cada página, o autor anseia
por explanar os detalhes que vão levar ao final daquela história. Por que é tão
difícil virar a página na maioria das vezes? Tenho a impressão de que a maioria
de nós, confundimos virar a página com recomeçar. Recomeçar pode ser completamente
diferente, mas também pode ser complemento do ato de virar a página. Complexo? Talvez.
Cada indivíduo tem sua
história, cada um tem sua primeira página, que faz com que ele seja o que é
hoje. Um dia, ao em vez de ser um personagem secundário passa a ser o autor, o
autor de sua história e sendo assim, o personagem que quiser. Delícia!!! Podemos
ser o que quisermos, mas não conseguimos simplesmente ser, porque quando somos mesmo
não sendo quem realmente somos, nos apegamos a um eu que não nos pertence e que
receamos em desapegar porque é o que conhecemos e não o que de fato somos. Então
vem o medo. Medo de virar a página, pegar a caneta da vida e escrever a sua
história, ou reescrever a sua vida e ser de fato quem você é. Ora, pra escrever
sobre um personagem deve-se saber o que esse personagem gosta, curte, odeia, ama,
deve-se saber quem ele e é. Temos vergonha de nós mesmos quando percebemos que
não sabemos escrever de nós e sobre nós, quando percebemos que nos acomodamos aos personagens secundários e
tememos o futuro, o papel principal da vida.
Muita responsabilidade?? Mas talvez a responsabilidade seja o preço da
liberdade. Liberdade pra conduzir, pra improvisar e até mesmo pra arrancar a
folha do livro e reescrever a história. Reescrever....
Virar a página, ir. Virar
a página não significa apagar as páginas vividas, afinal de contas, as páginas
que ficaram para trás fazem parte da sua história, significa seguir em frente,
levantar a cabeça e ir. Assumir o personagem principal, ficar no centro do
palco e encarar o público de frente. Difícil? Sim. Impossível? Não. Certa vez
li uma frase que dizia “o difícil é o fácil que nunca foi tentado”. Talvez, assumir
a caneta do livro da vida seja mais fácil do que ser fantoche da sociedade em
que vivemos, seja ela no meio familiar, no trabalho ou na vida afetiva. Tente,
mas tente olhando pra frente, escreva o que há de melhor no seu livro,
arrisque, inove, mas viva! Vire cada página da sua vida com a certeza de um
final feliz!
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