Interessante a
relatividade da palavra “tudo”. O que é tudo pra uns é nada pra outros. Esse
antagonismo faz parte dos nossos relacionamentos. Certa vez estava conversando
com alguém, e ponderamos questões como quando se está com muita fome, comer é
tudo, ou quando está com a bexiga cheia, fazer xixi é tudo. Enfim, tudo isso é
tão legal! Essa relatividade pode ser adaptada ao nosso dia a dia conjugal. O
que pra uns não é nada pra outros é tudo.
Em um relacionamento, o
tudo que se quer do outro é tão pouco que chega a ser ridículo. Nós, na maioria
das vezes, só gostaríamos de um misto de atenção e consideração. Não o tipo de
atenção que seja comprada, mas a atenção de ligar pra avisar que a bateria vai
acabar e vai ficar incomunicável, não nos tratar como se não soubéssemos o que
estamos falando quando expomos nossos sentimentos, ligar pra avisar que depois
do futebol resolveu ficar mais um pouco com os amigos, entre outros. Já vi
muitos homens que tentam reparar os tropeços com sexo ou dando um presente
quando na verdade a gente só queria uma consideraçãozinha. Sabe aquele
telefonema de 30 segundos pra avisar? Em contrapartida, por vezes não
reconhecemos alguns sacrifícios que eles fazem por nós. Algumas vezes, tudo que
eles querem é o reconhecimento de terem que ficar até mais tarde no trabalho,
de estudarem nas horas vagas pra passar em um concurso melhor e nos
proporcionar mais conforto, do seu time ganhar o primeiro lugar no campeonato do
clube... Parece bobeira pra muitas de nós, mas um abraço e um sorriso de
parabéns talvez fossem o ‘tudo’ pra eles, até mais que o troféu.
Na verdade, o tudo é
muito pouco, são os detalhes... Detalhes pequenos que fazem a grande diferença,
que ficam na memória e que mudam o final de muitas histórias. Deixamos passar
tantas coisas despercebidas, criticamos no automático e elogiamos no manual. É
um tipo de condicionamento que, na maioria das vezes, só temos consciência com
a bendita maturidade.
Reverter o processo do
automático não é fácil, mas também não deve ser impossível. Nunca é tarde pra
mudar os maus hábitos e ser feliz. É passo a passo, dia a dia. Rendemo-nos a
rotina e desprendemo-nos dos detalhes quando no final, percebemos que são os
detalhes que desenham nossa história no quebra-cabeça da vida.
O tudo eh relativo. :-)
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