quarta-feira, 12 de março de 2014

Tudo é pouco

Interessante a relatividade da palavra “tudo”. O que é tudo pra uns é nada pra outros. Esse antagonismo faz parte dos nossos relacionamentos. Certa vez estava conversando com alguém, e ponderamos questões como quando se está com muita fome, comer é tudo, ou quando está com a bexiga cheia, fazer xixi é tudo. Enfim, tudo isso é tão legal! Essa relatividade pode ser adaptada ao nosso dia a dia conjugal. O que pra uns não é nada pra outros é tudo.

Em um relacionamento, o tudo que se quer do outro é tão pouco que chega a ser ridículo. Nós, na maioria das vezes, só gostaríamos de um misto de atenção e consideração. Não o tipo de atenção que seja comprada, mas a atenção de ligar pra avisar que a bateria vai acabar e vai ficar incomunicável, não nos tratar como se não soubéssemos o que estamos falando quando expomos nossos sentimentos, ligar pra avisar que depois do futebol resolveu ficar mais um pouco com os amigos, entre outros. Já vi muitos homens que tentam reparar os tropeços com sexo ou dando um presente quando na verdade a gente só queria uma consideraçãozinha. Sabe aquele telefonema de 30 segundos pra avisar? Em contrapartida, por vezes não reconhecemos alguns sacrifícios que eles fazem por nós. Algumas vezes, tudo que eles querem é o reconhecimento de terem que ficar até mais tarde no trabalho, de estudarem nas horas vagas pra passar em um concurso melhor e nos proporcionar mais conforto, do seu time ganhar o primeiro lugar no campeonato do clube... Parece bobeira pra muitas de nós, mas um abraço e um sorriso de parabéns talvez fossem o ‘tudo’ pra eles, até mais que o troféu.

Na verdade, o tudo é muito pouco, são os detalhes... Detalhes pequenos que fazem a grande diferença, que ficam na memória e que mudam o final de muitas histórias. Deixamos passar tantas coisas despercebidas, criticamos no automático e elogiamos no manual. É um tipo de condicionamento que, na maioria das vezes, só temos consciência com a bendita maturidade.

Reverter o processo do automático não é fácil, mas também não deve ser impossível. Nunca é tarde pra mudar os maus hábitos e ser feliz. É passo a passo, dia a dia. Rendemo-nos a rotina e desprendemo-nos dos detalhes quando no final, percebemos que são os detalhes que desenham nossa história no quebra-cabeça da vida.

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