A ansiedade, que é a reação surpreendentemente mais comum e muito
presente nos dias atuais, pode ser definida também como “excesso de futuro”.
Deixamos de viver o hoje e nos preocupamos tanto com o que vai ou o que pode
acontecer que simplesmente não vivemos. O que realmente nos faz fugir do
futuro? Seria o estado de calamidade do país? O sistema? Ou simplesmente a
nossa vida? De todas as possibilidades citadas a terceira é a mais difícil de
resolver porque para que isso ocorra, depende explicitamente e exclusivamente
de nós! É a nossa vida e ela precisa ser cuidada agora, hoje e não amanhã,
precisa ser vivida e não ficar estacionada na vaga do passado. Preocupamo-nos
tanto com o que o outro vai pensar, temos medo do que vai acontecer quando na verdade
estamos apenas imobilizados frente a um futuro que nem sabemos quando vai
acontecer com a probabilidade de não acontecer por estarmos como estátuas frente
as possibilidades.
Não vivemos até, que súbito, nosso corpo chacoalha-nos para
mostrar-nos que precisamos viver e, quando olhamos pra trás, percebemos o
quanto não vivemos, o quanto deixamos de fazer e nos encontramos sem perspectiva para o
futuro
Percebemos que deixamos de nos amar, de dividir, de estar com
pessoas queridas e às vezes, percebemos que deixamos até de sorrir. Desaprendemos
a relaxar, a acreditar que somos capazes mesmo motivando todos ao redor;
recolhemo-nos em nós de uma maneira peculiar e quando a ficha cai, estamos numa
situação como se fôssemos o homem de lata de Alice no país das maravilhas, só
gostaríamos de ter um coração, de sentir.
Superprotegemo-nos, não tocamos e nem deixamos ser tocados.
Deixamos de abraçar, deixamos de amar. Esquecemos nossos interesses, não
pedimos ajuda, afundamos num futuro sem perspectiva sequer para o presente.
O presente é simples e está aí como um presente. Talvez,
hoje, não é visto nem aberto com o entusiasmo de um presente, mas só depende de
nós vive-lo ao máximo e reconectarmos com nossa alma, voltando a viver ou
simplesmente sentir.
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