sexta-feira, 23 de maio de 2014

Dar nome aos bois

Expressão tão comum que deveria ser mais presente em nossas vidas, ou melhor, em relação nosso órgão sexual. A relação que temos com o órgão, nós mulheres em especial, nem sempre é normal, ou até humana e muito menos motivadora. Falo motivadora porque enquanto os homens dão apelidos grandiosos, como se com tais nomes conseguissem ganhar uma guerra e virar lendas, nós mulheres, parecemos carregar o peso da inveja do pênis e acabamos sendo conduzidas a nomenclaturas que apresentam certo nojo e até um menosprezo com nosso órgão, até decorrente de uma baixa autoestima sexual.

Chega a ser engraçado, pra não dizer patético, a forma como é imposto a relação com o órgão sexual feminino. Tais questões denotam certo preconceito ou a carga dos tempos remotos de que mulher não tinha direito ao prazer, não tinha direito a ser. E aí, em pleno século XXI, deparamo-nos com mulheres que tem vergonha do seu órgão, que foi ensinada a dar um nome como se fosse um disfarce, nada que remeta a questões sexuais. São mulheres que foram induzidas a renegar seu órgão ou a simplesmente ignorar.

Depois de queimar sutiã, brigar por direitos iguais, vimo-nos frustradas sexualmente quando precisamos simplesmente aceita-la, simplesmente dar o nome correto. Vamos combinar, não dá pra viver a vida simplesmente ignorando um fígado, ou um rim, ou até mesmo alguns vasinhos, quanto menos a nossa vagina.

Vagina! O nome nem é feito e tem gente com nome pior!!! É um órgão tão perfeito quanto qualquer outro do corpo humano, de uma elasticidade extraordinária ainda tem a adorável função predestinada ao prazer. Está ligada diretamente com todos os outros órgãos e às vezes nos dá sinais muito mais claros. O difícil é ver o sinal de um “ser” ignorado né?


Então, ignorar sua vagina é ignorar você, sua saúde, sua sexualidade. Dê nome aos bois, não a sua vagina. Trate as coisas como elas são e certamente os problemas ficarão muito mais fáceis de ser resolvidos com seus respectivos nomes e não com os disfarces que lhe são dados.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Futuro no Presente

A ansiedade, que é a reação surpreendentemente mais comum e muito presente nos dias atuais, pode ser definida também como “excesso de futuro”. Deixamos de viver o hoje e nos preocupamos tanto com o que vai ou o que pode acontecer que simplesmente não vivemos. O que realmente nos faz fugir do futuro? Seria o estado de calamidade do país? O sistema? Ou simplesmente a nossa vida? De todas as possibilidades citadas a terceira é a mais difícil de resolver porque para que isso ocorra, depende explicitamente e exclusivamente de nós! É a nossa vida e ela precisa ser cuidada agora, hoje e não amanhã, precisa ser vivida e não ficar estacionada na vaga do passado. Preocupamo-nos tanto com o que o outro vai pensar, temos medo do que vai acontecer quando na verdade estamos apenas imobilizados frente a um futuro que nem sabemos quando vai acontecer com a probabilidade de não acontecer por estarmos como estátuas frente as possibilidades.
Não vivemos até, que súbito, nosso corpo chacoalha-nos para mostrar-nos que precisamos viver e, quando olhamos pra trás, percebemos o quanto não vivemos, o quanto deixamos de fazer  e nos encontramos sem perspectiva para o futuro

Percebemos que deixamos de nos amar, de dividir, de estar com pessoas queridas e às vezes, percebemos que deixamos até de sorrir. Desaprendemos a relaxar, a acreditar que somos capazes mesmo motivando todos ao redor; recolhemo-nos em nós de uma maneira peculiar e quando a ficha cai, estamos numa situação como se fôssemos o homem de lata de Alice no país das maravilhas, só gostaríamos de ter um coração, de sentir.

Superprotegemo-nos, não tocamos e nem deixamos ser tocados. Deixamos de abraçar, deixamos de amar. Esquecemos nossos interesses, não pedimos ajuda, afundamos num futuro sem perspectiva sequer para o presente.

O presente é simples e está aí como um presente. Talvez, hoje, não é visto nem aberto com o entusiasmo de um presente, mas só depende de nós vive-lo ao máximo e reconectarmos com nossa alma, voltando a viver ou simplesmente sentir.


segunda-feira, 5 de maio de 2014

SEXO E OUTROS AMORES: Sim pra mim, não pra você!

SEXO E OUTROS AMORES: Sim pra mim, não pra você!: Não, palavrinha ordinária! Tão pequenina, mas tão forte e, eu diria que até salva vidas. Quantas vezes gostaríamos de dizer não e dizemos s...

Sim pra mim, não pra você!

Não, palavrinha ordinária! Tão pequenina, mas tão forte e, eu diria que até salva vidas. Quantas vezes gostaríamos de dizer não e dizemos sim? Quantas vezes nos pegamos sofrendo e nos perguntando o porquê de termos aceitado tal trabalho, ou ajuda, ou sexo, ou beijo, ou permitido ao invés de não permitir? Por que dizer não é tão sofrível às vezes? 

Quando criança, brincamos de bem me quer e mal me quer sempre torcendo pra dar bem me quer, mas quando crescemos acabamos optando “sem querer” pelo mal me quer porque deixamos que a “sorte” escolha e consequentemente deixamos de fazer nossas escolhas e, pior, sempre achamos justificativas plausíveis pra aceitar o que não gostaríamos de aceitar.

Sempre costumo dizer que quando dizemos não ao outro dizemos sim para nós mesmos. Parece que essa equação monossilábica é resolvida com o verbo permitir. Permitir-se, essa é a resolução. Tantas vezes sacrificamos amigos, maridos, esposas, filhos, prazeres porque simplesmente não conseguimos dizer “não” e aos poucos, como um vírus, somos consumidos pelo trabalho e até por pessoas que convivem do nosso lado que sabem de nossa condição “positiva” frente a um problema a ser resolvido. Daí um dia pensamos: por que só eu? E mais uma vez temos respostas que nos soam coerentes e convincentes. Convencemo-nos de que o melhor para nós é o “não” e para o outro é o “sim”, ou seja, convencemo-nos do mal me quer.

Quando começou? Quando criança? Quando casamos? Quando obtivemos o nosso primeiro emprego? Seria uma discursão muito mais aprofundada, talvez para discutir com um profissional, mas a questão é que pode-se inverter esse processo. Podemos nos permitir, permitir ficar um pouquinho mais na cama, permitir assistir aquele filme que sempre se programou e não consegue ver, permitir ficar mais tempo com seu filho e brincar daquela brincadeira que ele sempre pede e você nunca dispõe de tempo, permitir ficar em sem fazer nada assistindo sessão da tarde ou qualquer outro tipo de filme em que você vai dormir mais do que assistir mas sairá renovado. Por que não? Porque sim!! Porque merecemos e basta apenas acreditar que merecemos.


Quando acreditamos que merecemos demos nossos passos confiantes e acreditamos que viver um dia após o outro é mais leve do que carregar nas costas o passado e não viver o presente preocupado com o amanhã. Não dá pra viver o hoje se não nos permitirmos. Permita-se, viva, diga sim a você!