Dias atrás fiquei pensando nessa
questão fálica do novo século. É claro que quando pensamos em objetos ou até
mesmo situações fálicas certamente nos vem à mente inúmeras situações, inúmeros
objetos, mas o que mais me chamou a atenção foi famoso, idealizador, tenebroso,
salvador e devastador “Smartphone”.
Fico observando como as pessoas
têm trocado as relações reais pelas virtuais. As redes sociais são entupidas de
amigos que às vezes nem te conhecem ou só te viram uma vez ou porque têm vários
amigos em comum ou simplesmente porque foram com sua cara, o WhatsApp de grupos intermináveis, grupos
de família, grupo de trabalho, grupo de festa ou simplesmente grupos. Grupos
que infernizam seu dia com mensagens de bom dia, boa tarde ou boa noite, aqueles
bichinhos falando com a voz estranha, vídeos sem noções, fotos de gente famosa
morta ou acidentada... Enfim, no final das contas quando a maioria dessas pessoas te
encontram às vezes, e por vezes, mal olham na sua cara e falam simplesmente “Oi”!
Apesar de todas essas questões as
pessoas não se desligam do Smartphones,
alegando que estão resolvendo questões de trabalho ou simplesmente se
divertindo. É quase um ato masturbatório ficar com aquele dedinho inquieto no
celular, com os olhos fixados naquilo sem simplesmente querer olhar para o
lado, quase como hipnotizado pelo santo graal. Certamente tomadas por uma
sensação de empoderamento, uma necessidade de se fazer presente, de se mostrar
presente, de estar online para, de repente, preencher um vazio existencial.
Vazio este, que a cada dia, cada
minuto tem aumentado quando um amigo quer simplesmente desfrutar da
sua companhia, ou sua mulher ou seu esposo querendo dar ou receber carinho ou
simplesmente um sexo gostoso, ou seu filho querendo brincar.
Um gozo vazio que não te deixa
nem com a pele bonita. Um gozo ilusório quando na verdade não há gozo, há
desgosto. E aí eu pergunto: vale a pena essa troca? É realmente vantajosa? O
fato é que precisamos parar de inventar desculpas para justificar nossas falhas
e simplesmente aceitar que devemos investir mais em nos relacionar, em resgatar
amizades e boas conversas na praça ou no parque. Refazer os laços,
relacionar-se, não é mandar mensagens de força pelo Facebook ou pelo WhatsApp,
refazer os laços muitas vezes implica em deixar tais aplicativos pra olhar nos
olhos e sorrir junto, entender o que estar sentindo, entrar em contato consigo
mesmo e não simplesmente “encaminhar” as mensagens com a justificativa de que
te descreve ou tem tudo a ver contigo. Esse tipo de falo não te dá poderes e
nem te faz gozar, ele te escraviza e te proporciona uma falsa liberdade. Talvez
seja a hora de repensar prioridades e até mesmo sua liberdade só pra por a
prova se você é dono do seu eu mesmo ou simplesmente servo do outro.
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